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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Conselho Breve IV (Conselho de Café)

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Escorra a bôrra que penetra a tua garganta, escorra. Esfr e gue a craca que encarde a tua ressaca. Estique a margem que entorta a tua passagem e impede o corpo de mais arrojada abordagem. Explique a toda animosidade exposta que o caldo engrossa quando a safra torra. Aplique a norma que lhe diz respeito à risca, como a inspiração encerra. Estire letras naturais de boas vibrações pelo Planeta Terra. Mas, antes que arranhe, amargue e estrague, comprometa a qualidade, entrave, amarele ou encrudeça a claridade, deixe que a bôrra escorra.

HOMENAGEM DETURPADA

A Musa está maculada! Dita a regra da homenagem deturpada Com muita ânsia de engolir o próprio vômito Regurgita falsas loas de conforto Momentâneo e salutar No olhar de lado e ombro dado A Musa rejeitou o afago Desonrou o estado De pedestal à mesma nomeado Ao querer cair no mundo Negou toda e qualquer fagulha De esperança E com agulha Perfurou os corações desavisados                                             Mal sabia o cantador que,                                             No auge crucial do seu torpor,                                             O pior de existir em versos brandos                                             Concebendo rima torta e sendo Humano,                                             Foi deixar a Musa solta no altar

UM VÍCIO

Amo o que faço mesmo se estou parado Faço porque gosto mesmo se com quem não amo Faço quando posso Se não posso, improviso Paro quando quero Juro, pelo menos tento.
A um passo da obsessão Ideia encucada Posseira do nada Se algema no poste Deitada no chão Ausência de comparação Qualquer chance boa De nada se vale Não possui a chave Da algema no poste Percebe o argumento De nada o engole Trazendo pra dentro Real sentimento De amarga ilusão