Abaixo está o blog antigo, que saiu do ar.
Agora continuo daqui.


19/03/2008 13:10:49

Um link de outra poesia minha no site Alma Carioca.

http://www.almacarioca.com.br/centro.htm

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19/03/2008 13:05:13
ELEMENTOS


O frio gela, mata, liga, paralisa, endurece.
A carne come, fede, sente, alimenta, cresce.
A terra morre, seca, pisa, alaga, estremece.
A água limpa, varre, vida, se salgada, enlouquece.
O fogo varre, limpa, morte, se na mata, entristece.

A alma o corpo pensa, move, usa, mas esquece. E sobe e volta em outro corpo, como se não o soubesse...

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05/03/2008 20:36:08
INVERNO ATÍPICO



Atinge o pico inverso do mercúrio-cromo


Assim, antes de anunciar o quê, aonde, como


Acende o pseudo-pavio do que está com frio


Transforma o outrora carro em canoa ou bote


Aperta o chinelo em bota ou cobre como pode


Atende à regra do agasalho ou quebra como giz


Altera as relações e o modo como diz


...E todo carioca pode brincar de Paris.

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14/11/2007 17:30:34
( Para Michael McClure)

Sem Sexo
Não há Nexo

O SEXO
Vem Anexo
À imagem
Do Mamífero
Complexo


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29/05/2007 12:54:23
Ontem já não ia
Mas que nada pra Bahia
Tampouco Maracangalha
Me despi
Pra ver Amélia
Só que ela se vestia
E fui só
Eu com Anália
Caminhando de Saci
Pelo fio da navalha

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10/03/2007 15:03:32
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Não quero tempo pra pensar...
A rotina, o dia-a-dia
Esconde o medo em entre-linhas
Entre outras armadilhas
Que nem o Ego ou o Intelecto
Por demais que são complexos
São capazes de domar

Prefiro um ato de ocupar...
Um movimento que exercite
Que evite a minha artrite
Que não faça muito esforço
Pra agradar a todo povo
Por de menos pretensioso
Não requeira a obrigação de criticar.

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28/02/2007 02:57:36
... E então já se vai mais um dia perdido
A noite se torce
Até se tornar do avesso
Até contrair-se ao extremo
Até retornar ao começo

E, então, lá se vai; mais um dia usado
Bateu o último segundo
Caiu-se a última gota
Esgota-se o tônus (a meta está morta)
Assim como o faz a paciência do mundo

Se então, onde estará o amanhã?
Se só à tarde me bate a aurora
Se o cão negro me late o agora
Se estico a coleira com poesia vã

Se, então, por latidos me devo acordar
Farei dos ouvidos um lar
Farei do amanhã o presente
E cada último segundo... farei deste o sempre.

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29/01/2007 16:53:53
Para escrever poesia
Esqueço a hora, sigo a guia
Tiro o peso da carcaça.
E, para alcançar maestria:
Extravaso a agonia
- Isso é coisa que se faça –

Penso que todas são minhas
E condenso-as em Uma
Que miragem!
Uma refletida ao espelho:
“- Tu és dona do conselho,
Da verdade.”

E penso o caminho que uns tomam
Para falar as suas frases.
Então, concordo com Tua prosa
E, por seres tão formosa,
Deus Te pague!

Pinto as cores do combate
E as ânsias do infante,
A pathos que vai já tarde.
Danço valsa com a Gramática
Moldo as pernas da mulata
Aperto o botão de start.

Avanço, rewindeio,
Vejo o último primeiro
O VCR, a imagem.
Descanso, pego a linha
Caneteio pela teia
De toda minha bobagem

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27/11/2006 13:03:40
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Conselho Breve

Ouça-me
Como se ouve a linda música

Sinta-me
Quando apalpo a sua nuca

Vire-se
Para vislumbrar as ondas

Espante-se
Ao nelas encontrar alguma metáfora para a vida


Arrepie-se
Ao concluir tal conclusão poder mudar a sua

Coragem se
Tamanha idéia lhe parecer tamanha

Saiba que
O auto-conhecimento é o que nos mais acanha

Tenha fé
Como já houve em tempos mortos

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28/08/2006 18:02:18
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Quarto Vazio (II)

Da janela desse quarto
Pelo reflexo nas folhas
Vejo se faz sol ou está chovendo
Mas quando está atrás do morro
Este sol que o faz de forro
Me lembra da vida que não estou vendo
Da que não estou vivendo
E de que não quer dizer
Somente por eu estar com frio
Que o quarto esteja vazio.

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29/05/2006 12:54:45

Quero falar de verdades
Quero atirar fogo morto
Quero sentir todo corpo
Formigar em agonia
Quero sorver apatia

Quero jogar com o Diabo
Quero engolir fogo vivo
Quero encontrar sempre ativo
O meio mais desconfiado
Quero ser exorcizado

Quero ser campeão
Da ponta ser o primeiro
Quero me agradar inteiro
Como manda o ditado
Quero ser contrariado

Quero lhe falar verdades
Sendo tais das quais metade
Sem por tal me ter covarde
Nem – avesso – enormidade
Costurando à equidade
Um arranjo oficial

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27/03/2006 11:52:05
Poema com hora marcada

Aperto no peito
Na direção de pra dentro
Aciona o mecanismo
De captura do tempo

Aperta o comando
De botar tudo pra fora
Adiciona expressão
E forma na última hora


Poema de última hora
Acerta-se o risco
Joga-se o canhoto fora
Aperta direito o peito
Na direção de pra dentro
A fim de cuspir a palavra
Que exprime o conceito
De agora.

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16/02/2006 18:19:47
SUSPIRO

A voz de alento refere-se
Ao forte tormento que fere
A minha consciência partida

A voz de alento transfere-se
Ao sopro do vento e esvai-se
No eterno seguir dos segundos

A voz de alento suspira
Em meu ouvido atento e transpira
O poro que a escuta e secreta
A gota secreta que escorre e refresca
A conclusão que elucida

-------//--------

O A está desalocado
Não está
Está
Não está

Que me importa o lugar
Se me empenho em colocar
Minha pena em língua presa?

O que faz o poetizar
Quando privilegio à dúvida
O benefício da certeza?

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05/02/2006 16:55:08
Remoto Controle

Sentado no sofá
Passivo, relutante
O antagonista é como o gelo
Mira a visão distante.
Esquece da casa
Do meio a sua volta
Se liga desligado
À tela da Minolta

Imagens sucessivas
Seguidas
Dentro do limite da percepção
Ou não
Dentro do seu limite de conhecimento
Dentro da sua capacidade de satisfação

Engole, sem mastigar,
Ao ritmo
Que, pela goela,
Lhe podem empurrar
Se assim é sabido
Que por mesma goela
Não vai retornar

É o prato do dia nosso
(De cada) com cujo pão
Fermenta o trigo no ócio
Alcança-se pelo botão.

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28/01/2006 21:46:47
Este é o Blog de poesias de DUDU GEMMAL.

Aproveitem!!!
http://www.releituras.com/ne_dudu_caderno.asp

http://www.releituras.com/ne_dudu_cadernoimp.asp

http://www.almacarioca.com.br/botafogo.htm

http://www.almacarioca.com.br/lagoa0.htm

http://www.doverbovibrar.blogspot.com/

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28/01/2006 21:45:38
Quem se atreve a mergulhar
Nessa piscina desusada?

Quem se aventura ao perrengue
No mega foco da dengue?

Não se aventure a chamar
Vigilância Sanitária!

Não se atreva a dedurar!
Voz vilmente venenosa

É necessário no tonel
Que um pouco de água esteja
Por mais suja que ela seja
Para refletir o céu.

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21/11/2005 00:40:18
Caneca Muderna

Quente caneca azul
Tens de abrigar a bebida
Tente envolver o café
Como o faziam suas ancestrais
Sempre que guardares o leite
Faça-o como que seios maternais

E nem me venhas com essa, caneca
Com essa de ser prato fundo
Conversa essa já cansou até
A colher de pau que queria ser mulher.

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21/11/2005 00:39:14
Relato de Amor


Como fazer um relato de amor
Prometendo ater-se ao mais tênue objeto?

Como salvar esta alma adicta ao afeto
Que de acariciar o rosto o deixou reto
Sem rugas ou marcas de vivência
Do passado concreto
Esta que embevecida do toque
Mergulha-se no es-toque
Para se abastecer no excesso
Priva os olhos do palpável
Afogando-se no gosto da própria saliva
Afirmando-se ao rosto cheia de vida
Chorando ao de fato notar-se viva
Exceto
Promete curar-se ao ajoelhar em penitência
Desnutrir as ânsias da carência
Restituir as marcas de vivência
Desnutrindo as ânsias de vivência
Restituindo as marcas da carência
Curando-se ao se erguer com irreverência
Promete ater-se ao correto
Fazer do mais tênue relato de amor
Objeto?

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03/10/2005 18:27:06
Chic-Chic-Chic-Chac
Passa o trem de chocolate
Passa o bolo com café
Pra barriga do mané

Chic-Chic-Chic-Chac
A colher mexe o café
Faz redemoinho, Zé
Na barriga do mané

Chic-Chic-Chic-Chac
É o lombo da mulata
Mexe da cabeça ao pé
No coração do mané

Faz que mexe pra direita
Faz que ginga pra esquerda
O mané na corda bamba
Escapa no jogo da velha
Comprando, vendendo muamba
Escada acima, se esconde na telha...


- Quando chega a macacada -


Espreita estreito a conhecida vista
Avista o leito da escola sambista
Do morro que berço foi deste ativista
Da música boa de todo artista

Desce a escadaria, mané
Desce o morro cantando
Vai pro trabalho, mas assobiando
Pega a condução de fraque

Vê se cê volta de noite, mané
Volta como é de praxe
Traz a mulata no colo, pois é
“Mexe, sinhá, na virada do baque!”

Leva sinhá pro cafofo, mané
Passa madrugada em claro
Nessas horas só se ouve, o que é?!
Chic-Chic-Chic-Chac

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03/10/2005 18:14:18
Inaugurando..........
Introdução

Deixem-me lhes dar o ar da graça
Da minha palavra escassa
Neste livro que me abraça
Como um copo de cachaça

Antes que, de súbito, sucumba
O que tem de mais imunda
Tal idéia tão profunda
Individual e não conjunta

Deixem, de momento, o meu braço
Traçar linhas de descaso
Procurando sempre o traço
Que reflita desenlaço

Deixem que tudo faça sentido
Por mais duro de ser lido
Ou dificilmente engolido
Pois, se honestamente esculpido

Façam bom proveito do produto
Tosco, ralo, resto bruto
Fosco, mero, escorbuto
Todo alegre ou de luto

Façam com que tudo isso valha
Que, com o tempo, a ficha caia
E, por oportunismo, calha
De não ficar pra gentalha


CADERNO BOM que abriga minhas linhas
És como o tom que musica as sonoras trilhas
Com cujo som se harmoniza o pensamento
E as lembranças dão-se vivas no momento
Escrevo em ti ; boto a fora maravilhas
Me torno inteiro ; mais que outrora: muitas ilhas

Com muito esmero
Te organizo as palavras
Est’as quais não verbalizo
Desabafo em conto as lágrimas
Escorro em teu corpo liso

Estranho se não correspondes
Com o nível da caneta
Ao expor na tua fronte
O que vejo com a luneta
O que vejo de outro canto
De frente, diante, de cima, de lado
Olheiro esquisito, caderno bonito
O olhar pelo avesso não chega atrasado

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